Orgulho e Paixão foi uma novela escrita por Marcos
Bernstein e Victor Atherino, para o horário das seis horas da Rede Globo,
baseada nos romances de Jane Austen.
Assim como as obras da escritora inglesa, a telenovela também coloca a
mulher no centro das questões que envolvem ser mulher na época em que a
história se passa. No caso de Orgulho e Paixão no Brasil do início do século
XX. — No centro da trama temos Elisbeta Benedito, a mais velha de cinco irmãs e
personagem baseada na protagonista de Orgulho e Preconceito, uma mulher
descrita e apresentada como a frente do seu tempo, um século para ser
especifico. A personificação da emancipação do sexo feminino.
Mas não é somente Elisabeta que representa a mulher que busca ser mais do
que o século em que nasceu permitia, temos Mariana que não deixou de lutar pelo
seu direito de também competir na liga de corredores de moto, tendo que se
vestir como Mario, seu alter ego para poder competir. No final, ao lado do seu
marido o Coronel Brandão, abriu uma liga mista para homens e mulheres. Ainda
temos Julieta Bittencourt, personagem da atriz Gabriela Duarte, que foi
obrigada a casar com seu falecido marido após ser abusada por ele. Com essa
história os autores buscam conversar com o público sobre como as mulheres, até
hoje em dia, sofrem esse tipo de abuso dos próprios maridos.
Assim como os livros da Jane Austen, a telenovela Orgulho e Paixão segue
a essência de contar uma história sobre mulheres, sobre como é ser do sexo feminino
durante aquele período do tempo, mas a novela vai além e mostra as mulheres
quebrando as regras da época em que viviam. Buscando a felicidade de si mesmas.
Isso, claro, que devemos somente a narrativa folhetinesca e porque ela foi
produzida, escrita e dirigida no contemporâneo. Claro que Jane Austen pensava
em um futuro onde as mulheres teriam o poder escolha, andar com suas próprias
pernas. Será que a ilustre escritora britânica, naquela época em pleno século
XIX, sabia das conquistas que o seu sexo teve até hoje e muitas outras
conquistas que as mulheres ainda querem e precisam?
Se você gosta das obras da Jane Austen, tente dar uma chance a essa
novela, se livre dos preconceitos que você deve ter com o gênero. Orgulho e
Paixão foi uma grata surpresa da década para a teledramaturgia brasileira. Uma
novela que não perdeu o folego durante seus 162 capítulos, todos personagens
renderam para a trama e trouxe um elenco genuíno. Temas importantes, merchan
sociais importantes.
Orgulho e Paixão é uma história que vai estar em meu coração para todo o
sempre.
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