Na internet eu vejo muita gente pedindo, literalmente implorando para a Netflix e emissoras, produtoras e outros streamings (como a Amazon) que lancem séries clichês com LGBTs como protagonistas, o mesmo clichê que vemos em séries com protagonistas heterossexuais, mas com dois homens ou duas mulheres, pessoas trans e etc. Bom, nessa questão as séries que vou apresentar ainda estão presas em romances entre dois garotos, mas eu sei que existem com protagonistas lésbicas e personagens trans fazem parte desse universo todo.
Agora, eu quero dizer o motivo para você assistir séries BL, da Tailândia, da Coreia do Sul que está começando agora, assim como as Filipinas está começando. Ainda tem produções do Japão e da China (essas são mais comportadas que todas).
Por que você deveria assistir séries BL? A resposta está no começo desse texto, isso mesmo! Se você é uma das pessoas que anseiam pedir um clichê com dois amigos que se apaixonam, pessoas que aparentemente se odeiam, mas acabam se apaixonando, mas com dois viados, cara a Tailândia tá aí fazendo isso desde… Sei lá, talvez desde 2011.
Vamos lembrar que estamos falando de outro país, em outro continente, então, a cultura é completamente diferente e o comportamento social também. Se no Brasil você dar um beijo não é algo importante, num lugar como Japão, Tailândia ou Coreia, isso é uma coisa grande e se fizer isso quer dizer que podem estar namorando (mas também depende). Algumas séries as coisas podem acontecer muito lentamente, mas não confunda com séries antes de 2018 (ou 2019) que não tinha muito beijo por motivos de censura mesmo.
Tem vários tipos de séries, as que a melhor coisa é a pegação e aquelas em que a história realmente é boa!
Vou entrar numa parte mais pessoal para mim. Acho que uma parte grande do publico que ler isso vai compreender mais ou menos.
Eu cresci (e julgo que a maior parte de vocês também) assistindo novelas, séries e filmes com romance entre dois homens. Raramente eu assisti alguma coisa com dois gays como protagonistas, a primeira vez que isso aconteceu foi quando eu entrei em contato com um anime yaoi. Depois disso assisti Glee e vi outros filmes com a temática, mas faltava alguma coisa ainda… No ocidente quando você escreve uma história com um LGBT como protagonista você tem que levar esse personagem em uma jornada mais realista possível. Não pode ser o clichê hetero, esse cara ele não vai poder ter um final feliz porque na vida não tem final feliz… E, sinceramente, eu to numa fase da minha vida que não aguento mais história assim.
Por que todo filme o protagonista gay tem que morrer? Por que não pode existir uma história em que esse personagem se descobre apaixonado pelo carinha popular da escola, pelo amigo ou pela pessoa que ele achava que odiava, passam por alguns obstáculos durante a história, tem um choro ali e umas risadas aqui, porém, no final eles acabam juntos. Existe o final feliz.
Foi, então, nesse momento que eu comecei a assistir séries BL. Na verdade foi no início desse ano mesmo, mas eu já tinha entrado em contato com esse tipo de produção antes, mas não tinha me pegado até agora. Se você entrar de cabeça nesse universo você vai conhecer uma cultura nova, vai ter contato com séries do tipo;
“Until We Meet Again” que fala sobre reencarnação, é uma trama mais lenta e emotiva. Conta a história do In e do Korn que se apaixonaram, mas o Korn era filho do dono da máfia tailandesa e ele tinha um “caminho” para seguir, o pai do In não aceitava ele se apaixonar por outro homem. Os dois acabam se matando, reencarnam como Pharm e dean, as coisas do passado reflete da vida atual deles.
“Together with Me” que apesar de a história ser bem bagunçada, a química entre os protagonistas compensa muito. Eles são amigos, mas depois de dormirem juntos numa noite em que beberam todas, um se descobre apaixonado pelo outro, mas um deles tem uma namorada.
Você vai entrar em contato com uma série incrível chamada “Gameboys” (que tenho um texto falando dela aqui), uma série gravada agora durante o lockdown nas Filipinas, toda produzida remotamente. Os atores de suas casas atuando através de chamadas de vídeos e isso cabe tanto dentro desse universo. A história tem drama, tem humor e romance, aborda uma situação contemporânea que com certeza poderá ser usada como consulta no futuro quando o pessoal tentar compreender o que aconteceu em 2020.
E que eu quero é que as pessoas deixem de lado esse preconceito ou, então, pré-conceito com produções asiáticas. Com produções de qualquer outro país. Quem disse que as melhores histórias vem dos EUA? Cara, a gente tem Machado de Assis, isso já é prova que não é só os EUA que produzem coisas boas. Nós temos Vale Tudo, uma telenovela produzida na época da redemocratização do Brasil, mas que continua atual até hoje. E as produções da Tailândia, do Japão, Filipinas, enfim, desses países da Ásia possuem suas qualidades e muitas vezes dão de zero a dez nas produções de Hollywood fazendo muito pouco.
Vamos abrir um pouco a nossa mente, o mundo é globalizado e a gente tem acesso a esse tipo de coisa hoje em dia. Não vamos deixar que globalizado signifique apenas Estados Unidos. E para finalizar uma coisa, você pode concordar ou não, mas em questão de produções com gays como protagonistas a Tailândia está mil vezes na frente dos EUA. Filipinas tá começando agora, começou de uma forma perfeita com “Gameboys” e vem aí um derivado dessa série que é focado no romance lésbico da melhor amiga dos protagonistas. Coreia do Sul também começou bem… O Japão não como está nesse sentido, mas logo vou ver uma série nipônica e vou dizer.
Deem uma chance para as séries BL e se divirtam.
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