Em uma pequena cidade chamada Brumas, depois da chegada de uma nova família, misteriosos desaparecimentos começam a acontecer, mas não é apenas isso de fora de comum que vem acontecendo. Na trama do livro “Predador”, primeiro Romance do escritor independente Felipe Borges, vamos acompanhar a história de Maurício que se vê intensamente apaixonado por Frederico, seu novo vizinho.

Esse texto corresponde até o Capítulo 14 do livro, então, mais ou menos a metade da minha leitura, pois segundo o Kindle estou com 48% de leitura.

Logo de cara somos apresentados ao protagonista da história, Maurício, um típico personagem desse gênero de história. Não é considerado muito bonito pelos demais, possuí um amigo que é seu fiel-escudeiro, Vinícius e os dois sofrem bullying na escola de um aluno que se acha melhor do que todos, Cleiton e claro que esse valentão tem sua própria turma que conta com sua namorada, a amiga da namorada e também Thómas, primo de Cleiton que não concorda com suas atitudes. Podemos ver que a história de Felipe apresenta todos os elementos necessários para uma trama Jovem Adulta. Tudo que a “receita” pede está presente, mas como se trata do seu primeiro Romance, o autor acaba esbarrando em problemas típicos. Problemas que eu ainda cometo.

A ideia de “Predador” é ótima e o primeiro desenvolvimento é bom, mas depois que passamos do capítulo cinco entendemos que a narrativa tem pressa de dar ao leitor informações que poderiam ser guardadas de maneiras mais sutis em suas descrições.

 

Muito bem, a partir daqui é melhor eu avisar que nesse texto contém spoilers da obra, pelo menos até onde eu a li, não há spoiler de tudo, mas de pontos chaves que eu quero comentar.

 

O fio condutor da trama, pela sinopse na Amazon, deveria ser a chegada da nova família na cidade e seus segredos e os desparecimentos que começam a acontecer após essa chegada. Entretanto, acredito que essa segunda trama se sobressaiu mais do que a primeira. Sabemos qual é o segredo de Frederico, sabemos que assim como sua família perfeita e jovem, ele é um vampiro. Sua personalidade e suas ações nos dizem isso de alguma forma (ainda mais se você já leu Crepúsculo), mas a cena em questão que ficamos sabendo sobre o personagem ser um vampiro entrega esse “segredo” de uma maneira que, pelo menos para mim, quebrou o ritmo da leitura.

Vou citar aqui um exemplo, alguns vão achar bobos, mas muitos devem entender o que quero dizer. Em “Crepúsculo” o leitor, apesar de saber que Edward é um vampiro, talvez por intuição ou porque viu o filme antes ou, então, recebeu spoiler sem querer, mas a descoberta dentro da narrativa acontece apenas quando a Bella também fica sabendo. O que faltou em “Predador” foi exatamente isso, o autor segurar essa informação para mais pra frente. Claro que a protagonista de “Crepúsculo” é quem narra a história para nós, diferente dessa obra que está como objeto do texto, porém isso não impede de construir um mistério parecido. A obra está em terceira pessoa, mas ainda assim vemos a história pela perspectiva do Maurício.

Eu ainda não sei como o Maurício descobre (e se ele vai descobrir), mas acredito que deva ser uma cena que aproveite a tensão dramática construída ao longo dos capítulos, mas nesse caso a tensão foi desperdiçada em uma simples frase.

O livro não é ruim, muito pelo o contrário, eu gostaria de estar lendo a história em uma velocidade maior, mas a faculdade e meus dois estágios me impedem. Felipe Borges sabe como conduzir uma trama, ele faz isso muito bem no seu primeiro Romance, mas para mim o que pesou nesses quatorzes capítulos lidos foram as formas em que os acontecimentos estão organizados. “Predador” é o tipo de livro que se beneficiaria de uma narrativa mais puxada para o suspense e mistério, não precisa ser denso, mas deixando pistas e suspeitas no ar. Até o “Capítulo Quatorze” Maurício e Frederico se conheceram, se apaixonaram, namoraram e terminaram, tudo isso poderia ser organizado de uma forma em que essas quatro fases fossem dispostas de uma maneira que funcionasse ao mesmo tempo em que o plot dos desaparecimentos ocorre. Da maneira que é nos mostrada, parece que o autor quis primeiro fazer uma fase focada no romance do protagonista com seu par e depois focar no mistério, mas daria para trabalhar os dois juntos e seria interessante se a separação do casal acontecesse perto do final e não no meio.

Bem, eu vou voltar para falar sobre o final de “Predador” assim que eu terminar de ler o livro. O que eu posso dizer é que, até o momento apesar desses pontos que eu citei, é um livro que cumpre o papel para qual o autor o criou que é de entreter o leitor. Ele faz esse papel muito bem, na minha opinião. Então, por causa disso, eu diria que até o momento é uma leitura que eu recomendo bastante.

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