Com esse texto início uma série de textos muito especial, pois sempre que puder, sempre que eu tiver tempo, vou publicar a resenha de um conto do livro “Titanic – Memórias de um Naufrágio”. Uma coletânea de contos da qual eu faço parte e claro que não vou trazer aqui a resenha do meu conto, mas se você quiser saber qual escrevi é só comprar o livro. O link está no fim dessa resenha.

 

É claro que vou começar essa série com a história que abre a coletânea, o conto “A Última Escolha” escrito pelo autor Arthur Maciel. E devo dizer de antemão que esse título foi bem escolhido em relação ao que o autor contou nessa trama.

Entretanto, antes de entrarmos nas minhas considerações sobre o conto, vou resumir a proposta dessa coletânea da Cartola Editora e organizado pela M. Lestrange.

Contar histórias que se passassem durante o momento de naufrágio do navio RMS Titanic, contar as histórias de pessoas que lutaram por suas vividas, de forma bem-sucedidas ou não. Histórias que incluíssem os horrores vivenciados por esses passageiros que foram pegos pelas águas congelantes. — Esse meu resumo adaptando o que há na contracapa do livro.

 

Eu acho que sei como a maioria dos contos desse livro vão terminar. E não, não é pela temática, mas sim porque eu participei de um grupo com esses autores e meio que, sem querer, cada um acabou dando pequenos spoilers de suas obras. Apesar disso, acredito que a trajetória que cada um montou até o final é muito importante, não seria diferente da história criada por Arthur Maciel.

Acredito que o que mais me pegou no conto foi a presença de uma personagem criança que, apesar só no começo, ainda assim a sua presença é muito importante para todo o desenrolar. Isso me pegou profundamente porque além de eu conviver com três crianças, meus sobrinhos, eu trabalho em uma escola no turno dos anos iniciais e a gente acaba se apegando a esses pequenos serumaninhos de alguma forma.

Não é só por causa dessa criança, que é irmã do protagonista da história, que tudo acontece, além claro do naufrágio do navio porque um dos pontos para o conto ser selecionado era se passar durante esse período de tempo, mas também um urso de pelúcia é o ponto chave para que tudo transcorra. Desde a decisão que o nosso protagonista toma que iria colocar sua vida em risco, mas também iria acalmar sua amada irmãzinha até a aceitação do seu destino.

O conto é muito tocante, as cenas descritas são rápidas, até por causa do limite para a seleção e como eu participei sei como foi difícil se controlar para não escrever mais do que podíamos. Só que as descrições rápidas das cenas não deixaram a história correndo solta, ao contrário, o autor soube conduzir de uma maneira que invés de ficar corrido, ficasse ágil. E essa agilidade transcrita pelo autor fez com que nós, leitores, sentíssemos enquanto líamos a mesma falta de ar do protagonista, a mesma adrenalina e nervosismo.

Confesso que no final da minha leitura eu tive que respirar fundo e digerir o que eu havia lido. Fechei meus olhos e me falei para mim mesmo “Tudo por causa de um ursinho”. E foi assim que finalizei minha leitura, incrédulo e ao mesmo tempo me perguntando se eu não faria a mesma coisa, talvez sim e talvez não. É uma incógnita muito grande, entretanto muito satisfatório terminar uma leitura que me faz perguntar se aquilo que vivenciei por alguns minutos poderia se aplicar na minha vida.

 

Enfim, eu não gosto de aplicar nota nas minhas leituras porque eu acho que qualquer leitura é válida e notas são coisas muito pessoais. O que vale pra mim pode não valer para você e etc. Então, acreditem em mim quando eu digo “A Última Escolha” abre muito bem a coletânea e acredito que foi uma escolha certeira da organizadora em fazer dessa forma porque esse conto dá o tom para as histórias que virão logo em seguida.


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